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A importância do autoconhecimento na atualidade.

  • Foto do escritor: Liliane Nascimento
    Liliane Nascimento
  • 19 de fev.
  • 3 min de leitura

O tema autoconhecimento está cada dia mais presente no cotidiano, seja por livros de autoajuda ou “receitas de felicidade” nas redes sociais. Nunca se falou tanto sobre o assunto e inúmeras formas de buscá-lo, mas porque o autoconhecimento é tão importante afinal? Como compreender esta ideia de forma mais aprofundada e não superficial? Diante destas questões, vamos refletir sobre algumas possibilidades dentro da visão da Psicologia Analítica de C. G. Jung.

Quem somos, de onde viemos e para onde vamos?
Quem somos, de onde viemos e para onde vamos?

A palavra autoconhecimento, segundo o dicionário Priberam, significa o “conhecimento de si mesmo”, mas o sentido da palavra ainda não esclarece o que isso significa exatamente. Sabemos que a procura pelo autoconhecimento impulsiona o homem na busca de identidade, propósito e realização ao longo da história. Conforme destaca Alves (2021), ”Sócrates foi o primeiro pensador com o desejo de compreender a alma humana e seu discípulo Platão estabeleceu uma nova forma de pensar o ser humano, ocupando-se das dúvidas existenciais que nos persegue até os dias de hoje, sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos”. Jung recebeu influência de muitos pensadores, entre eles Sócrates e Platão, em sua forma de pensar o humano e nortear sua abordagem terapêutica.


Como Sócrates e Platão já refletiam sobre o assunto, Jung destacou a importância de nos voltarmos para dentro e explorar as camadas mais profundas do inconsciente. Quanto mais nos conhecemos, nos tornamos conscientes de nossas características, pontos de atenção, potencialidades e conteúdos inconscientes, mais nos tornamos nós mesmos e menos o que o outro (fora) pensa de mim. Jung nos apresenta, por meio de sua abordagem, um convite à um mergulho profundo na Psique Humana enraizada no inconsciente e na busca da individuação, e isso só é possível ao se lançar no processo de autoconhecimento. Esta abordagem terapêutica visa um mergulho nas profundezas do Self para integrar todas as partes da psique e alcançar um estado de totalidade. O psicoterapeuta acompanha o cliente nesta jornada como um guia auxiliando-o a desvendar os mistérios contidos na mente.


Observando as ideias de Jung, fica evidente como o processo de autoconhecimento não é algo simples e que se percorre de forma passiva. As demandas sociais da atualidade têm trazido distrações e deturpado a importância deste processo. A supervalorização do materialismo, do sucesso, do status social, da vivência apenas voltada para o mundo externo levam a uma negação da existência de um mundo interno ou da necessidade de cuidados com a saúde mental e emocional, se colocando apenas em uma postura egoica ou presunçosa. A busca de soluções prontas e rápidas dificultam um aprofundamento nos aspectos emocionais que trazem sofrimento, levando a busca de um mundo idealizado sem desconfortos de nenhuma ordem. A forma como lidaremos com toda essa questão se baseia na percepção ou autoconhecimento que tenho de mim mesmo e de como sou afetado pelos aspectos externos e pelo outro. Segundo Jung

O homem mede seu autoconhecimento através daquilo que o meio social sabe normalmente a seu respeito e não a partir do fato psíquico real que, na maior parte das vezes, lhe é desconhecido. Nesse sentido, a psique se comporta como um corpo em relação a sua estrutura fisiológica e anatômica, desconhecida pelo leigo. Embora o leigo viva nela e com ela, via de regra ele a desconhece. (JUNG, 1991 § 491 apud ALVES, 2021)

Podemos compreender então que o autoconhecimento é um tema que deve ser discutido de forma aprofundada e alicerçada no conceito de ser humano em sua integralidade, que busca existencialmente pela sua identidade, realização e propósito. De acordo com a Psicologia Analitica de C.G. JUNG, quanto mais valorizado o conhecimento de si mesmo e a busca por esse encontro, maior a possibilidade de se diferenciar do todo, se individuar, culminando em uma autodescoberta e a um estado de maior equilíbrio e integridade psicológica. Fica evidente a importância do processo de autoconhecimento para o cuidado em Saúde Mental e Emocional e que ele não se dá de forma estática ou superficial, pois somos seres únicos que carregam histórias diversas e experiências singulares buscando encontrar o seu sentido, inseridos no meio coletivo que nos distrai o tempo todo com questões menos importantes. Enfatizamos que se conhecer não se trata de fechar em si mesmo, de individualismo, egoísmo, mas apropriar-se da sua essência para atuar no coletivo de forma agregadora, vivendo seu propósito.

 



REFERÊNCIAS

 

ALVES, Gilmara M. F. Autoconhecimento na psicologia analítica. Artigo - IJEP, nov. 2021. Acesso em: 11/02/2025. Disponível em: https://blog.ijep.com.br/autoconhecimento-na-psicologia-analitica/

 

JUNG, C. G. Presente e Futuro. 3ª ed., Petrópolis, RJ. Ed. Vozes, 1991, Vol. X/1. APUD ALVES, Gilmara M. F. Autoconhecimento na psicologia analítica. Artigo - IJEP, nov. 2021. Acesso em: 11/02/2025. Disponível em: https://blog.ijep.com.br/autoconhecimento-na-psicologia-analitica/

 
 
 

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